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estado de espírito.

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21 de maio de 2011

feeling good (2)

Um calor de arrasar, um abafo insustentável. Lá estava ela sentada a beber o seu gelado de café, e a escrevinhar no seu livro cor de rosa. Estava sentada num pequeno banquinho pintado de jasmim de pequenas flores que lá pousavam. Os seus ouvidos estavam preenchidos pela melodia mais bela e tão bem conseguida naquele ambiente tão verdinho e airoso. Passava gente a correr loucamente pela estrada solta. Nada fazia mover os seus dois sentidos para o seu redor. Só se conseguia condensar naqueles papeis inquietos pelo vento e nas notinhas suaves que lhe susurravam ao ouvido.

Uma grande brisa se fez soar nos seus cabelos livres. O olhar desprendeu-se das letras doidas e fanáticas por finais felizes. Fechou o livro. Desligou a música. E ficou a escutar o chocar duns sapatos perfeitamente bronzeados que por lá passavam. Era uma peça de arte. Um dilerante monumento. Algo surpreendemente belo e delicioso. Lindo! Mas tão lindo. Não parava. Os seus passos eram constantes. Estava a perdê-lo de vista. Não hesitando, ergueu o seu corpo quente de imediato, dando passos compridos e acelarados de encontro ao seu destino. Até que...tudo se esmigalhou pelo chão. Os papéis pintados pela sua fiel tinta fugiam ferozmente daquele jardim. Foram no sentido oposto ao sentido daquele nobre rapaz. Ela correu! Escolheu ir atrás da sua vida. Correu loucamente! Tão louca que ela estava. E conseguiu. Voltou a ordená-los. Sentou-se, e num pequeno suspiro disse surrateiramente "já não o vou voltar a ver". As suas mãos suadas e moles de frouxidão continuaram a gravar as suas doces palavras.


(continua)

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