Uma grande brisa se fez soar nos seus cabelos livres. O olhar desprendeu-se das letras doidas e fanáticas por finais felizes. Fechou o livro. Desligou a música. E ficou a escutar o chocar duns sapatos perfeitamente bronzeados que por lá passavam. Era uma peça de arte. Um dilerante monumento. Algo surpreendemente belo e delicioso. Lindo! Mas tão lindo. Não parava. Os seus passos eram constantes. Estava a perdê-lo de vista. Não hesitando, ergueu o seu corpo quente de imediato, dando passos compridos e acelarados de encontro ao seu destino. Até que...tudo se esmigalhou pelo chão. Os papéis pintados pela sua fiel tinta fugiam ferozmente daquele jardim. Foram no sentido oposto ao sentido daquele nobre rapaz. Ela correu! Escolheu ir atrás da sua vida. Correu loucamente! Tão louca que ela estava. E conseguiu. Voltou a ordená-los. Sentou-se, e num pequeno suspiro disse surrateiramente "já não o vou voltar a ver". As suas mãos suadas e moles de frouxidão continuaram a gravar as suas doces palavras.
(continua)
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